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Pode entrar Biblioteca Nacional de Brasília

Pode entrar Biblioteca Nacional de Brasília

Em tempos de pandemia a OMS nos recomenda o Teletrabalho ou Home Office, mas enquanto o processamento técnico dá uma pausa, que tal um bate-papo com Sharlene Araújo atual gestora da Biblioteca Nacional de Brasília?

Biblion: Sharlene quando se assume uma biblioteca do enorme desafio dessa missão, qual foi a sua primeira preocupação e a principal decisão?

Sharlene: Eu não pensei muito, e talvez por não ter pensado muito eu tenha aceitado esse desafio. Risos. Desde o dia que assumi a direção da BNB eu sigo um ditado africano que diz: “enquanto eu rezo, eu faço”. Nesses primeiros 3 meses eu tentei entender esses 12 anos de vida da BNB e aos poucos estou incorporando junto com a equipe ferramentas de gestão que nos ajudam a fazer mais com menos.

Biblion: A gama de leitores é um universo de infinitas possibilidades. Como estudar esse universo?

Sharlene: Pesquisando exaustivamente sobre esse público. Entendendo os hábitos de leitura do brasileiro, em especial do brasiliense. Comparando e tentando entender o que acontece com esse mesmo público em outros países que tradicionalmente possuem bons índices de leitura e boas notas em avaliações internacionais como o Pisa. E o mais importante; entender o que eles fazem que dá certo e o que conseguimos implementar aqui.

Biblion: A Biblioteca pública atende inúmeras pessoas, o que mais te chama atenção no público que frequenta a Biblioteca Nacional?

Sharlene: Os turistas. Temos um considerável número de turistas que visitam a Biblioteca. A maioria faz o chamado “turismo cívico” e acabam visitando a BNB, que é um ponto turístico também. E a maioria nos confunde e acha que somos a Biblioteca Nacional, que fica no Rio de Janeiro. O nome Nacional traz uma certa confusão.

Biblion: O usuário ao adentrar o espaço, quais os tipos de serviços que ele tem a sua disposição?

Sharlene: Vários. Temos um acervo com 40.000 itens a disposição do usuário. Basta fazer um cadastro que dura em média 5 minutos. Temos o BNB KIDS que é um espaço dedicado ao público infantil e com acervo voltado para esse público. Espaço CLIC onde o usuário pode ter acesso a internet com uma conexão rápida e segura. Em novembro de 2019 inauguramos o BNB GEEK, espaço voltado para o universo geek/nerd e aos poucos estamos catalogando e colocando HQs a disposição do público para leitura no espaço ou para empréstimo. Temos espaço com baias para estudo individual, estudos em grupos, e todos esses espaços com wiffi disponível e gratuito. Somado a isso durante todo o ano temos cursos, exposições, palestras e inúmeros eventos variados, tudo com entrada gratuita para trazer mais cultura para a população do DF.

Biblion: Agora não a gestora e sim a leitora Sharlene, quando se vê visitando bibliotecas, o que encanta e o que te deixa triste?

Sharlene: A arquitetura me encanta. Sou uma apaixonada por arquitetura e design. Em 2017 eu tive a oportunidade de conhecer a Library of Congress, em Washington, capital dos Estados Unidas e fiquei encantada com a arquitetura do prédio. A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro também é belíssima, na minha opinião uma das bibliotecas mais lindas que já visitei. Agora o que me deixa triste é constatar que as pessoas não aproveitam essas instituições como deveriam. Li recentemente uma pesquisa que falava que só 8% da população brasileira pegava livro emprestado em bibliotecas públicas. Eu acho que as pessoas poderiam usar mais esses espaços. Seja para pegar livros, socializar, ou conhecer pessoas que gostem das mesmas coisas que elas.

Biblion: Como se viu atraída pelo mundo dos livros? Qual o seu gênero predileto na literatura?

Sharlene: Desde criança eu tenho uma enorme atração por livros. Não pelo livro em si, mas pelo conhecimento que está dentro de cada livro que leio. Sou adepta da famosa frase de Einstein, que não se considerava uma pessoa inteligente, mais apaixonadamente curiosa. Me considero uma eterna curiosa, e foi através dos livros que fui aprofundando minha curiosidade e adentrando em universos interessantes do conhecimento mundial. Eu não tenho um gênero favorito, porque eu acho que para cada fase da nossa vida, certos livros são mais úteis que outros. Mas já li de tudo um pouco, de clássicos brasileiros a livro de autoajuda. Atualmente, e em função do meu trabalho, eu tenho lido mais livros técnicos científicos. Leio uma média de 7 livros simultaneamente, não me pergunte como, mais é assim que meu cérebro funciona. Descanso de uma leitura com outra. Risos.

Biblion: Que pena que está acabando a nossa conversa Sharlene, mas deixe aqui um convite para uma visita, assim que terminar a Quarentena, para quem ainda não conhece a Biblioteca Nacional e para quem conhece volte mais vezes.

Sharlene: Se você é morador de Brasília e nunca entrou na Biblioteca Nacional de Brasília, você está se tirando a oportunidade de conhecer a biblioteca mais linda e com a vista mais incrível do centro da cidade! Acabou a quarentena, corre pra lá! Pegue um livro emprestado e leia mais! Somos uma biblioteca pública que se importa com o hábito de leitura da nossa comunidade! E para você que já nos conhece, assim que a quarentena acabar, estamos planejando uma série de eventos legais! Esperamos você lá!! E para ambos os grupos, os que ainda não foram e vão e os que já foram e vão voltar: não esqueçam de lavar as mãos!

Biblion: Então convite mais que aceito, assim que as atividades voltarem ao normal, pesquisa marota fará aquela visita à Biblioteca Nacional .

See you ♥♥

Bibliotecária e Cronista Ana Karina Fraga –
CRB 1/1887

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