Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região proferiu palestra aos alunos da Universidade de Brasília, na última segunda-feira (26/11), sobre a importância que o conselho tem para a profissão e apresenta um panorama de comparação do mercado de trabalho atual e perspectivas para o futuro. Além de como se dá a fiscalização da profissão de bibliotecário.
A aula foi ministrada pelo presidente do CRB-1, Fábio Cordeiro, para os alunos do primeiro semestre de biblioteconomia, durante a disciplina de Introdução à Biblioteconomia e Ciência da Informação, ministrada pela professora da universidade, Michelli Costa.
“A Biblioteconomia é uma das poucas profissões regulamentadas em lei, e apenas cerca de 30 delas possuem conselhos de fiscalização, assim como medicina e corretor de imóveis, por exemplo”, explica Cordeiro. Possuir um conselho para profissão é ter uma entidade representativa da classe que fiscalize se os profissionais estão atuando conforme a lei e se, por exemplo, existe algum cargo de bibliotecário sendo ocupado por outra profissão, etc. Dessa forma, a fiscalização exitosa tende a resultar na abertura de vagas para bibliotecário que não estavam previstas e dando mais emprego para os novos formados.
Outra função do Conselho é a fiscalização ética. “Numa profissão que não tem conselho, você não tem pra quem reclamar se um profissional não está agindo corretamente”, explica ele.
Durante a aula, o presidente do conselho também disse que existem entidades importantes para o bibliotecário e que tem suas funções definidas, como Associação dos Bibliotecários e Profissionais da Ciência da Informação do DF -Abdf, Associação dos Bibliotecários de Goiás-ABG, Associação Profissional de Bibliotecários de Mato Grosso do Sul – APBMS, Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições – FEBAB e internacionais como a International Federation of Library Associations – IFLA.
O presidente do CRB-1 também explicou a diferença que o conselho tem para os sindicatos. Existem 3 sindicatos de bibliotecário no Brasil, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Eles que são responsáveis por questões no âmbito das relações trabalhistas, como luta por melhores salários, e não o conselho.
Opinião
“Foi muito informativa a palestra e inspirador ver como a profissão funciona na prática com profissionais formados e, justamente, vindos do conselho”, afirma Fábio Kasahara, 27, aluno de Biblioteconomia na UnB. Para Marcus Augusto Guedes, 18, da mesma turma, foi importante ter tido esse contato para saber o que fazer do início ao fim do curso. “Não é só formar, temos certeza agora do que fazer quando formar”, conclui.
Para a professora da disciplina, a UnB é responsável pela formação dos bibliotecários e essa formação precisa ser acompanhada de uma interlocução com a realidade, com a prática. “Eu acho que o conselho traz essa atualização com o contexto e a comunidade bibliotecária”, conta.
“O conselho tem um papel fundamental para garantir o nosso mercado de trabalho. Por isso ele é muito importante, não só no sentido de disponibilizar a vaga, como também pensar na qualidade e na verificação da atuação profissional. É uma característica de privilégio da classe ter conselho, e muitas outras profissões deveriam ter, mas infelizmente nem todas tem”, conclui a professora.
O futuro da profissão
Os bibliotecários, segundo o presidente, não podem ficar dependentes apenas dos concursos públicos. De acordo com a diretora técnica do CRB-1, Karla Veras, a área tem crescido muito além da biblioteca. Ela cita um caso da bibliotecária Franciele Garcês que criou a empresa Umanus. A empresa ajuda alunos que queiram se candidatar a vagas para bolsas de estudo de pós graduação em universidades públicas.
“Vocês precisam cogitar outras áreas de atuação, pesquisando mesmo novas possibilidades. É preciso se fazer presente e ser necessário!”, conclui ela.
Thaís Betat, Assessora de Comunicação do CRB-1